quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Filosofia Marcial

Antes de iniciar essa seção é importante ressaltar a importância da Filosofia nas Artes Marciais e o por que da sua inclusão no contexto das Artes Marciais.     
  A maioria das Artes marciais orientais se difundiram através dos templos, sejam Budistas, Shintoístas, Hare Krishna, Taoísta etc. Então a presença do contexto filosófico na maioria dos sistemas de luta  torna-se bem clara. O sistema marcial é completamente criado de acordo com as leis do sistema filosófico vigente. Como os sistema filosóficos orientais são bem abrangentes no que me concerne ao desenvolvimento total do ser humano, os sistemas marciais são bem abrangentes também.
  Os sistemas marciais sempre estiveram ligados a um fim e não sendo a própria finalidade. Ou seja os objetivos da prática marcial eram outros que não marciais. Com o advento da prática marcial pelos monges, inicialmente a prática objetivava o desenvolvimento espiritual. Isso porque a prática exige uma concentração e disciplina enormes e é portanto muito semelhante à meditação nesse sentido. É o exercício do corpo auxiliando à mente. Por isso a prática de filosofia se torna uma prática auxiliar e coadjuvante no desenvolvimento pessoal e marcial.
  A prática marcial é bastante pessoal ou seja não é coletiva. E isso gera um aperfeiçoamento pessoal dentro do artista, obviamente o praticante que não objetivar tais aperfeiçoamentos não os atingirá. Quando o exercício marcial é executado com fins meramente marciais o ser fica bastante alienado e geralmente se torna bem limitado no sistema. Isso se deve ao fato de desviar o objeto da prática para outro que não o original. Imagine qualquer hábito que se faça diariamente, pense que se o fizer com objetivos que não o competem ele certamente não irá se cumprir exatamente como o queria! Por exemplo, já imaginou utilizar um fogão para lavar pratos? Certamente você não irá assar nada e provavelmente não lavará nenhum prato! Assim acontece com as artes marciais, logicamente não tão drástico nem radical, mas bem semelhante. As pessoas costumam desviar o objetivo inicial da prática marcial que durante séculos estava ligado ao desenvolvimento pessoal e filosófico.
  Além desses objetivos acredito que um praticante que não tiver um mínimo de filosofia na sua prática torna-se um assassino com os punhos. Uma arte que é a arte de lutar tem que ter limites e esses limites são impostos pela Filosofia Marcial. A filosofia marcial trata apenas de questões ligadas à arte e à sua execução, de modo geral organiza a mente do praticante para agir de forma coerentemente ética.
  Cada arte tem um código de conduta e isso é visível até mesmo em artes que atualmente são meramente competitivas, com isso não quero criticar os códigos de conduta, mas o código sem um estudo do mesmo se torna um pouco supérfluo. Talvez os códigos tenham sido criados com esta finalidade no entanto com a difusão descontrolada da arte meramente marcial, os códigos vão perdendo  o seu sentido e sua forma é mantida  apenas sobre um aspecto  material e/ou cultural. Qual seria um outro verdadeiro motivo para o envolvimento de diversos praticantes de artes marciais estarem envolvidos em brigas de rua, confusões entre outros? Diversão! A prática marcial apenas por diversão torna qualquer motivo um motivo para se divertir e conseqüentemente com a diversão que mais agrada ao indivíduo. Pode parecer um pouco infantil. Eu afirmo incisivamente que é!
  Certas pessoas que não mantém controle de si ou são infantis ou com o devido respeito doentes mentais. Uma criança por não ter muita experiência na arte de viver torna qualquer sentimento aflorado e o expõem para o meio externo. Então qual a diferença entre uma criança e um artista marcial que destrói a vida de terceiros? Apenas a aplicação, a parte formal.  Materialmente são diferentes mas na parte formal são iguais! Eles são movidos por impulsos, por não haver exercício mental ligado às suas práticas. Por isso a prática de meditações, exercícios de domínio do ego etc. são importantes, não só no contexto marcial, mas na vida!

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